ROLAR À BEIRA DO MAR ANIL

O amor não existe sem as palavras. Mas também requer o silêncio.

 

Descalças seguimos pela praia, tanto olhar a ninfa que,  se consola preparando coroas quanto a ninfa, que cola os lábios aos da amada, alisa sua coxa, introduz entre suas pernas o joelho, dizendo que só foram feitas para rolar na areia e se banhar no mar anil.

Nos deter, enfim, diante da amante que se senta no colo da companheira e, tomando-a nos braços, aproxima-se de seu ouvido, como fazia Bilitis, segundo uma de suas confidências: “– De repente, falei ansiosamente. Daí, ela colou o rosto no meu e me disse tudo”.

 

 

A trilogia do amor/A paixão de Lia

Egon Schiele, “Mulheres amantes”, aquarela, lápis e guache sobre papel, 1915, Google Art Project, The Albertina Museum, Viena, Áustria