O PODER É INDISSOCIÁVEL DA IMAGEM

Há quem viva só pela imagem. Assim é com Carmela, personagem de O Papagaio e o Doutor, que parecia irreal “como um retrato que tivesse magicamente adquirido vida e logo voltaria à moldura”.

Ao escrever a história de Carmela, eu a comparei a Narciso, porque, a partir do momento em que ele enxergou a própria imagem nas águas de uma fonte, não pôde deixar de se olhar. Passou a viver só pela imagem e para esta; esqueceu de comer e beber. Conforme Tirésias havia previsto, ele morreu, ou melhor, criou raízes e se transformou numa flor. Noutras palavras, o narcisismo é mortífero e precisa ser superado.

nadinha

A fim de se proteger da inclemência do deserto, eles usavam um turbante, um gorro, um boné ou um capuz e eram identificados pelo que tivessem na cabeça. Ou seja, diga-me o que usas e eu te direi quem és.

Gyula Benczúr, “Narciso”, óleo sobre tela, 1880