O amor materno
Com o amor da mãe o filho nasce para a linguagem.
Vê-lo esfregar no seio a bochecha à procura do mamilo. Vê-lo abocanhar e deixar que esteja ávido. Olhar o menino que dorme de lábios entreabertos, saciado. Com o leite que me escorre do seio, farei que saiba do verbo.
O filho tanto ouvirá as lendas quanto as fábulas, e destas eu darei mais de uma versão. Direi que, precisamente por ter cantado, a cigarra recebeu da formiga o necessário – em suma, que não só de pão vive o homem.