AS MANHAS DO GOZO
Como só podia ser, foi numa noite de lua cheia, num casarão abandonado. Ele numa quietude séria, o dito engolido, macho que é macho não dando nunca o braço ao desejo; ela seduzida por aquele homem de pedra, sussurrando como convinha, no disfarce do seu querer: o de lhe fazer uma proposta indecorosa, a de si para ele, encontro na esquina, à meia-noite.
Recebeu o parceiro despindo-se para o venha-o-que-me-deres, oferecendo-se às manhas todas do seu gozo.
A trilogia do amor/O sexophuro
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Kitagawa Utamaro (1753-1806), “Poema do travesseiro”, xilogravura em cores, 1788, The British Museum.