consulta com Betty Milan
O OLHAR
Sou um garoto de 18 anos, e, há seis meses, me apaixonei por outro garoto. Todas as vezes em que me interessei por outra pessoa, tratava-se de uma garota. Estranhei muito o meu sentimento, mas acho que aprendi a viver com ele.
Nem conhecia o menino quando me apaixonei, foi tudo apenas no olhar. Fiz o possível para me aproximar dele e consegui. Como tinha medo de revelar o que eu realmente sentia, tanto porque não queria afastá-lo de mim quanto pelo medo do impacto que isso teria na minha vida social, preferi ficar calado e me tornar amigo dele.
Descobri uma pessoa maravilhosa, que me encantou ainda mais do que antes. Mas percebo, pelas nossas conversas, que ele só sente atração por mulheres. Existe alguma chance de haver algo entre nós? Ele não vai se afastar de mim se eu contar o que sinto? Tenho medo de falar e perder tudo o que lutei para conquistar.
De repente, uma atração por um homem. Você estranha, mas se rende ao sentimento amoroso, que, no caso, não nasce do conhecimento do outro, e sim do olhar. Você vê no garoto algo que te arrebata. Amor à primeira vista é isso. E a sua história mostra que o amor é indiferente ao sexo.
Quanto a ser amigo do garoto, você hoje não tem como. Você o deseja. Ele, supostamente, não quer isso. O verdadeiro amigo não procura desviar o outro do seu caminho. Pelo contrário, ajuda-o a seguir a sua via e se realizar nela.
Nem amigo você é e nem amante. O tudo o que você conquistou é a frustração contínua, o sofrimento de querer e não poder. Até quando vai ficar nessa posição infeliz?
De duas uma: ou você renuncia a ser amante dele ou tenta a sorte e abre o jogo para sair da posição insustentável em que está. Não há meio-termo, é tudo ou nada. Agora, o que mais importa é que você tem a liberdade de decidir. Isso vale ouro, ou melhor, não tem preço.
A LIBERDADE NÃO TEM PREÇO
Publicado em Fale com ela